Estamos diante de um século tecnológico, ou vivendo neste que podemos considerar capaz de fazer inveja os séculos passados. Estamos à volta com telefones, geladeiras, internet, câmeras fotográficas, vídeos, TVs e tantos outros itens, que se tornaram parte integrante do nosso cotidiano, e nem nos damos conta das inovações, cada vez mais modernas dos chips última geração.
Hoje, nem podemos imaginar um mundo feito apenas de torradeiras, sem microondas ou computadores, e corremos atrás das novidades como abelhas no mel, quando hardwares e softwares são lançados, antes mesmo de ter tempo para aprender a usá-los, já estamos à volta em instalar novos e novos cabos.
Hoje, acompanhamos um cena de seqüestro pela TV, como uma novela, porque um seqüestro ganha referência e ibope, e somos expectadores passivos desta mídia. E, assim vemos os próprios assassinos ganharem seus quinze minutos de fama ( ou mais).
E, aos nos tornamos expectadores passivos, não refletimos sobre a representação cotidiana da violência, onde o perigo é a falta de profundidade, porque lugar comum, a violência está sem parâmetros.
A cobertura intensa da violência é capaz de fazer inveja as estrelas do show biz.
Tudo é calculado, sem scripts , mas com celebridades anônimas que vamos conhecendo, em sua overdose de ângulos nesta hiper- realidade visual auditiva. E, sendo apenas expectadores, aceleramos e promovemos audiência em escala nacional.
Fiquei imaginando, aquele seqüestrador com suas vitimas, que foi caso recente no país, ali sentado em sua sala, com o controle na mão, assistindo sua própria vida sendo esmiuçada, vendo sua família, seus amigos, a polícia na sua porta, enquanto saboreava uma pizza.
Com será que ele, vendo suas imagens tão amplamente difundidas até a exaustão, estava se sentindo?
E nós diante da dor dos outros?
Uma jovem foi morta neste episódio , será que estamos tão anestesiados, a ponto de apenas mudar o canal e ver o outro, que pegou outros ângulos em diferentes momentos. Não sentimos náusea, dor ou culpa, mas apenas conferimos ter visto mais uma história de final infeliz, como tantas outras histórias de atores anônimos deste século ultra tecnológico.
Hoje, nem podemos imaginar um mundo feito apenas de torradeiras, sem microondas ou computadores, e corremos atrás das novidades como abelhas no mel, quando hardwares e softwares são lançados, antes mesmo de ter tempo para aprender a usá-los, já estamos à volta em instalar novos e novos cabos.
Hoje, acompanhamos um cena de seqüestro pela TV, como uma novela, porque um seqüestro ganha referência e ibope, e somos expectadores passivos desta mídia. E, assim vemos os próprios assassinos ganharem seus quinze minutos de fama ( ou mais).
E, aos nos tornamos expectadores passivos, não refletimos sobre a representação cotidiana da violência, onde o perigo é a falta de profundidade, porque lugar comum, a violência está sem parâmetros.
A cobertura intensa da violência é capaz de fazer inveja as estrelas do show biz.
Tudo é calculado, sem scripts , mas com celebridades anônimas que vamos conhecendo, em sua overdose de ângulos nesta hiper- realidade visual auditiva. E, sendo apenas expectadores, aceleramos e promovemos audiência em escala nacional.
Fiquei imaginando, aquele seqüestrador com suas vitimas, que foi caso recente no país, ali sentado em sua sala, com o controle na mão, assistindo sua própria vida sendo esmiuçada, vendo sua família, seus amigos, a polícia na sua porta, enquanto saboreava uma pizza.
Com será que ele, vendo suas imagens tão amplamente difundidas até a exaustão, estava se sentindo?
E nós diante da dor dos outros?
Uma jovem foi morta neste episódio , será que estamos tão anestesiados, a ponto de apenas mudar o canal e ver o outro, que pegou outros ângulos em diferentes momentos. Não sentimos náusea, dor ou culpa, mas apenas conferimos ter visto mais uma história de final infeliz, como tantas outras histórias de atores anônimos deste século ultra tecnológico.
Texto: JU Gioli
13 comentários:
So true! Today's technology and the constany coverage of news by media has turned many people into uncaring thrill seekers.
I was watching a program about the internet and the consensus was that now an internet life is the center of most people's lives.
Our children never lived without tv, instant news, the internet, or the ability to amusetehmselves through video games.
parents are facing tough challenges, too. How do we protect our childrens innocence when technology and the media have no limits?
Um texto fundamental e carregado de desespero. A mediação destes episódios, exponencia mais episódios e anestesia quem os vê. Deixa de ser uma questâo de sensibilidade e passa para mera questão de audiência. Talvez aí no Brasil, onde recentemente assisti ao episódio a que se refere, os media exagerem até à exaustão e tornem ainda mais esmagadora a insensibilidade que aponta. Mas o problema està por todo o lado. A morbidez natural do ser humano encontrou nos media o meio ideal de observar sem se expor. Nada a fazer, infelizmente!
Ju
Preocupante este mundo actual sim!
Mas vamos fazendo a nossa parte para que este estado de coisas não se agrave.
Beijinho e votos de um excelente Domingo.
G.J.
Verdade que o excesso de violência anestesia as pessoas e para alguns não existe diferença entre ver um seqüestro na vida real ou num filme .
Por outro lado, acho que a mídia responde à morbidez, como disse o Jorge, do ser humano. Se não houvesse audiência para este tipo de programa, as emissoras não o fariam.
É muito triste esta banalização do sofrimento...
Beijos e bom domingo.
Interessante reflexão! Para pensar!
Bom Domingo!
olhemos pra dentro!
e nós, até onde somos capazes de ser solidários
de olhar para as pessoas reais
ou aqui,
virtualmente reais,
de não nos assustar,
nem que seja apenas...
... ouvir!?!!
Ju, o sangue televisivo não tem cheiro nem espessura. A violência torna-se virtual. Nunca esqueci o som produzido por um casse-tête de um polícia de choque a bater no braço de um homem a meu lado nem o de um amigo a ser socado com violência. O som dos ossos a estalar e a ceder ao impacto... arrepiante. Eu próprio tenho uma cicratiz no sobrolho esquerdo para me recordar todas as manhãs a imensidão da dor provocada por uma cabeçada que me atingiu há 30 anos atrás. Quando vivemos momentos de violência extrema é mais fácil lutar pela paz.
Mimi, obrigado pelo comentário, ampliando essa discussão.
bjs.
JU Gioli
Expresso, penso que sim, sempre é um problema de audiência, quando plantados diante das telinhas, podemos surfar por imagens e notícias a respeito de desgraças em todo o mundo. A difusão tornou-se desmesurada.
Gaspar, realmente preocupante, esta superabundância de coisas que simplesmente nos fazem mal, e repensar sobre elas seja interessante para nossa vida moderna.
Ser mais solidário como diz Rosa e ventos, refletir, como lembra o Eduardo, sentir na pele como apontou Silvares. e na Morbidez publicitária da mídia como lembrou Maria Augusta.
Ser tocado por tanta agressão ainda responde por nossos valores éticos.
bjs
JU Gioli
Um texto que nos faz refletir sobre a banalização da violência e também sobre o papel da imprensa nos dias de hoje.
Muito bom, JU!
Bjs.
Sonia, obrigado pelo comentário.
A banalização é um dos fatores desta preocupante mídia que prefere quantidade de audiência, e não conseque filtrar o necessário.
bjs.
JU Gioli
Ju ...naõ passa um dia sem que não me impressione
pela banalização dos fatos, tragédias e mortes.Parece que nada mais tem o impacto e a repulsa que deveria ter... A exposição na mídia cotidiana de acontecimentos brutais tornou-se tão corriqueira que passamos de um caso ao outro sem deixar vestígios do anterior...Uma dura e terrível realidade Mas como diz o Jorge ...infelizmente nada a fazer... a morbidez do ser humanao tende na maioria das vezes a falar mais alto.
Beijos
Ju, esses fatos não me agrada comentar.
Se pensar melhor a mídia não mudou a maneira de abordar-los, pois se as tecnologias progridem os canais de veiculação idem.
O que mudou foi a quantidade desses fatos, eles ocorrem todas as semanas. Isso é preocupante.
A degradação do ser humano é exponencial, relativa a quantidade de tecnologia desenvolvida.
ßjs∞
Um fato curioso, não tenho televisão, não gosto.
Não leio nenhum jornal, não leio nenhuma revista e não ouço noticiário pelo rádio, no entanto sei sobre os fatos que ocorrem, as pessoas comentam.
Não me faz falta nenhuma, ficar alienado?
Pensar assim e quem está conectado na tomada errada, dizer que não tenho assunto?
Não pedi para conversar comigo.
+∞ßjs
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