PARA FAZER UM POEMA DADAÍSTA: por Tristan Tzara
Pegue num jornal.Pegue numa tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pretende dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Em seguida, recorte cuidadosamente as palavras que compõem o artigo e coloque-as num saco.
Agite suavemente.
Depois, retire os recortes uns a seguir aos outros.
Transcreva-os escrupulosamente pela ordem que eles saíram do saco.
O poema parecer-se-á consigo.
E você será um escritor infinitamente original, de uma encantadora sensibilidade,
ainda que incompreendido pelas pessoas vulgares.
Tristan Tzara, pseudónimo de Sami Rosenstock, nasceu na Roménia em 1896. É especialmente conhecido por ter sido um dos fundadores e principais teóricos do movimento Dada. São da sua autoria os principais manifestos da «revolução dádá», levada a cabo, primeiro, em Zurique e, posteriormente, em Paris. Nesses manifestos encontramos, provavelmente, os mais importantes contributos poéticos de Tzara. A defesa de um (anti)discurso essencialmente revolucionário, assente num nihilismo de base, com repercussões estéticas e políticas, são alguns dos princípios aí defendidos. Mais tarde, em 1930, abandonou a atitude avassaladora dádá em prol de um surrealismo eminentemente político. Aliou-se à Resistência francesa e ao Partido Comunista durante a II Grande Guerra, tendo-se tornado cidadão francês em 1947. Em 1956 abandonou o comunismo, em sinal de protesto contra ações perpetradas pelo regime estalinista. Morreu em Paris, no dia 25 de Dezembro de 1963.
9 comentários:
E se não gostar do poema, pode considerar uma boa e inédita colagem!
Bjs
rsrsrs!
O autor pode fazer o que quiser com seus recortes, mas nós não somos obrigados a achar linda sua obra e nem queimar a "mufa" para descobrir o que de "maravilhoso' ele quis dizer com aquilo. Que guarde em sua gaveta para todo o sempre...
Beijos
Uma grande inventividade! Qualquer dia destes vou fazer como ele disse...no mínimo será uma surpresa!
Bjs.
Há sempre quem ame ou odeia a idéia. Talvez por isso o movimento foi tão revolucionário.
bjs.
JU Gioli
Como se pode dizer tanto e em tantas direcções! Só mesmo quando se "rompe" com o estabelecido.
Um abraço daqui
Os dadaístas estavam a inventar a arte contemporânea fazendo essas coisas meio malucas. Abriram-nos as portas quase todas...
Sensacional...colagens maravilhosas devem nascer desta "técnica poética"
quanta coisa boa aqui...beijos
Talvez para um verdadeiro poeta mesmo as colagens ao acaso darão um belo poema. O conceito é interessante, quanto ao resultado, tenho minhas dúvidas.
Um beijo.
Gostei.
Vou começar hoje mesmo a escrever poesias. O que é melhor, brincando de tesoura e papel e sem esquentar a cabeça.
Um beijo
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