Meu Ídolo , meu Herói.....
Depois de algumas horas, trilhando pela memória, sobre quem seria o meu herói, pensei em primeiro lugar no meu pai, depois em tantos outros, que a lista seria interminável. Então pensei no que a palavra, ou o sentimento de ser herói representa para mim, e afinal o que significa ser herói, deste século, dentro desta modernidade.
E pensei naquele que saber ser herói, isto é, que para mim sabe ser um indivíduo.
Porque ao meu ver, Herói, é o homem que sabe ser sábio, e não teme a vida, ou aquele que sabe aceitar um céu na terra, e naturalmente um inferno em cada esquina.
Saber desfrutar a vida, é ser herói, e nada de ser perfeito, nada de luta pelo inatingível, nada de postular o desconhecido; nada disso, mas tornar a pobre, a mortal natureza humana tal como é, e pensar em organizar a vida para vive-la pacificamente, suportar suas falhas nobremente ,e viver sempre que possível com a felicidade na agenda.
Felicidade que impõe sabedoria: - ao vetar as suas tolas ambições e ao emancipar-se das falsas seduções: fama, riqueza e poder, ou seja, o que nas línguas massificadas se resume em “sucess”.
A coragem de ser natural é uma coisa muito rara, homens que alimentam a simplicidade na sua vida pessoal são a marca dos verdadeiramente grandes, e entendem e praticam a filosofia do humanismo inato do coração, que está em ser simples, humilde e tolo - pois fama, riqueza e poder diminuem o poder de decisão junto ao seu amigo mais próximo, por falta de tempo, e diminuem vertiginosamente a humanidade de todas as ações.
Hoje, é herói ainda, aquele que intui, que para praticar a humanidade nas ações, percebe que não há regras, pois do contrário não é verdadeiramente humano aquele que impõe regras ao amor.
Amor ao próximo não deve ser uma doutrina, um artigo de fé, uma condição intelectual, ou uma tese de argumento. O amor natural de todo herói, é perfeitamente natural para sentir a vida, e deve ser tão natural como é para os pássaros agitar as asas.
Um homem de verdade não pode ser cruel com o próximo, e se ele ama de verdade as árvores não pode ser cruel com os animais, porque ele seque a natureza com uma lupa nos olhos, para sentir que não há outro motivo da existência da arte, da poesia, da religião ou política, senão a de restaurar em si um sentido mais vital de existência.
Ser natural, faz-nos sóbrios, um tanto tristes talvez, e a muitos nos torna poéticos, e a poucos mais sábios em entender que, além da nobre arte de conseguir fazer as coisas, existe a mais nobre arte de deixar as coisas por fazer.
E, este é o meu herói, um mestre em procurar manter um sensato equilíbrio num mar de tempestades, com são os dias de hoje, porque um ser razoável e feliz, na sua tempestade e até do seu não saber, procura a melhor direção dos ventos para seguir adiante.
Texto: JU Gioli
Postagem para o Tertúlia Virtual de 15 de Novembro
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