No verso do livro outra foto, esta de sua juventude, e também sem nehuma pretensão.
Sentei-me na poltrona. De S. Paulo à Campo Grande, 1h e 30 min. de vôo. Comecei a ler. Após algumas páginas, o clima do livro se anuncia: - direto e sem retoques, como a foto, na descrição dos fatos de sua vida. E eu fui junto.
Confesso que não foi o meu "superstar" preferido. Há algumas músicas como "layla", " Sunshine" ou " tears in Heaven", que aprendi a gostar mais adulta. Sabia de sua fama de viciado, mas era um tema recorrente entre os artistas da época.
É na autobiografia que se percebe a luta deste ser humano com o vicío.
Depois de dois dias, havia lido o livro de quase 400 páginas, e me perquntei porque havia gostado.
Talvez pelo tom intimista do autor, de alguém se expondo com tamanha veracidade e coragem, talvez porque ele fez das palavras e sentimentos uma catarse, consequindo nos deter em fases cruciais de sua vida, e trazendo detalhes que também participamos, como os Beatles, Jimi Hendrix, George Harrison, Bee Gees, e outros de nossa adolescência, que fizeram parte de nosso imaginário. Dos filmes que ele citou como: " Tommy" ou "Hair", nestes momentos de lembranças e memórias que vamos andando juntos e revevendo.
Chego a conclusão que foi uma mistura de tudo que me fez ir adiante e não largar o livro. O fato dele se interrogar constantemente sobre a sua existência, de se ordenar na investigação de seu equilíbrio diante da música. Refletindo o seu caminho, descrevendo os sentimentos, e o terreno acidentado de sua alma.
Ele escreveu sobre si mesmo. Ele se abriu por inteiro, não apenas para falar dos tempos que se chapava direto, ou de seus relacionamentos e da morte de seu filho e de amigos, mas de sua vocação e honestidade, em procurar o que o alimentava. Senti em seu relato, a humildade de um ser humano em suas buscas, incerto e frágil como todos nós.
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Obrigado Fernando, por ter indicado o livro.